sábado, 11 de dezembro de 2010




III. É TEMPO DE MULHER

a mulher ainda desespera
à espera do primeiro beijo
úmido de sim
e permissão de macho
a mulher no entanto conspira
na sua ira secular de silêncio
em sua ilha de nãos
e arremessos
exercitando batalhões oníricos
o relógio com suas obrigações e rugas
questiona eros
homo
hetero
o útero e seu mistério
sapato de salto
batom
rouge
e este inadiável instante etéreo
de saltar
para
dentro
de
si
na conquista do espaço além da moda
[...]

(É tempo de mulher/Cadernos negros: Os Melhores Poemas/São Paulo)





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