quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Meu Sonho



Sonhei que estava numa cidade completamente diferente, escura, úmida, cheia de passagens secretas com animais e monstros surreais. Não sabia direito o que estava fazendo ali no meio daqueles seres completamente diferentes de mim, entendia apenas que era um castigo estar ali, como se pessoas muito ruins fossem jogados em algum momento de suas vidas naquela vala horrível que chamavam de cidade escura.

Havia inúmeras construções, todas inacabadas e mal feitas além de muito feias, parecia que por mais que tentassem não conseguiam criar algo bonito, grande e de boa aparência, tudo a minha volta era de péssima qualidade, mal construído e desconfortável.

Da cidade escura era possível ver a cidade clara, lá as coisas eram diferentes, não que fossem muito mais bonitas ou um paraíso, sabia que não era também a cidade perfeita, mas era clara e tudo nela era limpo e cheirava bem.


Todos os seres da cidade escura queriam ir pra cidade clara, mas não era possível ir por conta própria, era necessário ser chamado, conduzido, era preciso esperar. Alguns seres tenebrosos não ficavam conformados pela demora em serem escolhidos, ficavam violentos e desorientados.

Não sei por qual motivo eu logo fui conduzida para a cidade clara, senti medo, mas encarei já que lá era o lugar que todos que se encontravam na cidade escura queriam ir, segui o ser que havia me buscado, não consigo descrevê-lo porque simplesmente não lembro de sua forma, a única característica que recordo é que ele era alto e usava uma túnica branca. Eu me limitava a olhar para baixo, poucas vezes olhei pra frente, sentia um enorme aperto no peito, tremia e me sentia insegura além de suja já que estava usando um vestido preto e longo muito pesado e estranho.  


Até que chegamos num lugar que parecia um teatro enorme e que continha detalhes que eram muito impressionantes, quase não conseguia deslumbrar tudo, lembro de admirar algo feito de madeira que era bem bonito, algumas partes e o teto eram de ouro e o dourado chamava muito a minha atenção, na platéia não tinha ninguém era incrível olhar aquelas fileiras de cadeiras vazias, já o palco não era tão grande e o que chamava atenção era que tinha duas cortinas separadas.

O ser que havia me conduzido para aquele lugar me fez ficar bem de frente ao palco e de pé ele permaneceu ao meu lado olhando pra frente, como se esperasse o espetáculo começar. Surgiu então o anfitrião do espetáculo, um homem de meia idade que se aproximou de mim fazendo reverencia de boas vindas, muito elegante e educado que logo começou um breve discurso que antecedia a apresentação a seguir.



 Ao terminar a pequena abertura do espetaculo o anfitrião apontou para a primeira cortina que se abriu imediatamente, atrás dela estava um jovem de aparentemente uns 20 anos de pé e sem olhar pra mim falava sozinho, reclamava e gesticulava bastante parecendo muito revoltado, dizia que a velhice é um peso nas costas de qualquer pessoa, que é horrível não enxergar, andar, ou fazer qualquer outra coisa direito por conta de se estar velho e ao olhar pra mim a cortina se fechou e quase que instantaneamente abriu-se a segunda cortina, atrás dela havia um senhor de uns quase 90 anos, sentado numa cadeira, com trajes de época e com uma cartola na cabeça além de uma bengala que ele apoiava as duas mãos jogando um pouco o corpo para frente, ele ao contrario do jovem parecia um pouco mais calmo, falava pausadamente mas também criticava a juventude, dizia que a juventude é uma armadilha terrível, que os jovens por não terem sabedoria suficiente não conseguem lidar e fazer boas escolhas, recriminava os mais  jovens argumentando que são todos mal educados, apressados e cheios de fúria, nesse instante a cortina se fechou.



Voltou para frente do palco o anfitrião e olhando bem fundo nos meus olhos disse: “Minha jovem, veja esse caso, um homem com uma anomalia rara, um período do dia é jovem e no outro é velho, juventude e velhice numa mesma pessoa e no mesmo dia, algo maravilhoso, uma experiência única que ele não sabe aproveitar porque consegue ver apenas o lado negativo de sua existência, quando se é jovem visualiza apenas o lado ruim de quando está na forma de um velho reclamando de suas mazelas e quando fica na forma de velho também não sabe usufrui a pausa do tempo como deveria, apenas critica e vê o lado negativo dos arroubos da juventude. Para finalizar, a lição que fica é que precisamos viver com sabedoria e olhar não somente o lado negativo mas também e principalmente o lado positivo de cada fase que passamos, para podermos amadurecer e usufruir de cada momento de nossas vidas, guarde isso com você!” .

Ao terminar o discurso o anfitrião me deu uma piscada e estalou os dedos e derepente o vestido negro e pesado que eu estava vestindo deu lugar a um branco e leve, eu me sentia revigorada, o vento batia em meu rosto e eu fechei os olhos pra sentir o frescor da brisa que chegava até mim, quando abri os olhos de volta estava na saída da cidade clara, ainda com o ser enorme e indefinido ao meu lado, tentei enxergar o final da estrada que estava bem diante dos meus pés e olhos, mas ela era enorme e se perdia de vista, era toda ladrejada com pedras e estreita, respirei fundo e comecei a caminhar por ela feliz e me sentindo leve, sabia que tinha sido privilegiada, que havia recebido uma segunda chance, agora eu tinha recebido conhecimento um segredo que era destinado a poucos, agora eu conhecia o mistério da vida.




Sei que o ser indefinido ainda permaneceu do meu lado no inicio da caminhada, depois dos primeiros passos não lembro de nenhum detalhe desse sonho surreal porque acordei, decidi escrever sobre ele porque achei muito interessante e cheios de detalhes! ;)



*****

"O futuro pertence àqueles que acreditam na beleza de seus sonhos".
Elleanor Roosevelt


2 comentários:

  1. Anda com fé guria!
    Tem futuro hehehe!

    Bjs Ótimo findi &___!

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  2. ..."Andá com fé eu vou. Que a fé não costuma faiá"...

    (Gilberto Gil)

    Beijos procê tbém amor de amigo! ;)

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